Maria Sol Battaglini Rodriguez
Uma experiência estética muito importante para mim e que
estimulou uma sensibilidade maior com o meu cotidiano e a forma como compreendo
as coisas atualmente, foi quando depois de tanto almejar e devanear sobre Stonehenge,
tive a oportunidade aos dezessete anos de conhecer essa obra primitiva. Desde
meus onze anos, quando estudei sobre Stonehenge, simplesmente me apaixonei pela
curiosidade de compreender claramente o que é essa obra e também pela vontade
constante de ter vivido na época de sua criação, uma obra que simplesmente me
cativava pela sua desigualdade, simplicidade, e rusticidade, mas que ao mesmo
tempo era harmônica e conexa.
Eu não sei ao certo o porquê de tanto fanatismo, mas sempre
fui muito interessada no ser humano e a história que ele deixava com pistas,
pegadas para que decifremos quem ele era e como vivia (não é por acaso que
sonhava em ser paleontóloga e historiadora), então era de se esperar que eu
tivesse um encanto por Stonehenge, porém ela me encantava mais ainda por
simplesmente não ser perfeita, não seguir determinadas regras de perfeição, e
não ser baseada em minuciosidades, ela era um equilíbrio imperfeito, era o
reflexo da humanidade, era eu! Eu, que como qualquer ser humano busca se estabelecer
e entender quem é no mundo pra se concretizar, construir seu próprio caminho e
crescer, não de maneira linear, mas crescer, se desgastar com o tempo, e mesmo
assim deixar sua marca, nem que seja um mínimo vestígio de que esteve em algum
lugar.
Muito se especula sobre a função de Stonehenge,
primeiramente diziam que era um relógio, depois disseram que era uma forma de
regular as estações do ano, e mais tarde começou a se especular de que era um
lugar sagrado. Não sou especialista, mas sei que quando pisei na grama verde e
me aproximei daquela obra me senti aliviada, purificada talvez, me aproximei o
máximo que podia pra ver todos os detalhes, ela não tinha nada demais, mas era
demais pra mim, tudo se encaixava sua arquitetura era na minha leiga opinião
uma das mais belas e a força ritualística que eu acreditava sentir era da mais
intensa, aquilo me deixou com mente aberta, me fez ter certeza de que a beleza
não é sinônimo de perfeição, mas sim de identificação.
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