quarta-feira, 25 de março de 2015

MAR ALVINEGRO - 41310359 - Gabriel Guper

Gostaria de poder compartilhar minha experiência estética por meio de palavras mas acredito que entregarei a mesma altura. Não é a toa que dizem por aí que uma imagem vale mais do que mil palavras. Pela primeira vez na vida, entendi o valor desse cliché na prática.




O Corinthians havia ganhado a libertadores alguns meses antes e eu já vivia certa ansiedade para a disputa do Mundial de Clubes que aconteceria no Japão. Nunca imaginava poder ver isso de perto.

Tudo começou com uma surpresa do meu irmão que me avisou sobre a viagem uma semana antes da viagem, que inclusive, já estava programada há bastante tempo. A experiencia começou logo no aeroporto. Já conseguia enxergar uma predominância das cores preto e branco desde aquele momento.

Foi uma viagem de quase 24 horas para o outro lado do mundo. Estávamos muito ansiosos pois não sabíamos com o que iríamos nos deparar. Afinal de contas, já tínhamos em mente que iríamos encontrar uma cultura completamente diferente da nossa.

Ao chegarmos, o preto e branco passou a se multiplicar. As cores tomavam conta de um país colorido, tecnológico e animado. Nos deparamos com  muitos corinthianos fanáticos, assim como eu e meu irmão, logo de cara. Isso acabou nos deixando um pouco mais confortável para lidar com o fato de estarmos do outro lado do mundo. Estar com outras pessoas do meu país, que falam meu idioma e que torcem para o meu time, nos tranquilizava.

O primeiro jogo já foi um choque! Estavávos todos muito tensos pois tínhamos dois jogos para vencer. A semi final entre Corinthians e AI Ahly se passou em Toyota e aconteceu logo no início da viagem. Praticamente não tive oportunidade de conhecer nada por lá. Nunca vou me esquecer do mar corinthiano que atravessava a ponte de Toyota para entrar no estádio. Era uma noite escura que ficava ainda mais escura por conta do preto corinthiano.

Ganhamos por 1x0. Foi uma emoção indescritível e aumentou muito nossa confiança para ganhar o proximo jogo: a final contra o Chelsea, um dos maiores clubes do mundo!

Após isso, queríamos apenas relaxer, esvaziar a mente e conhecer o Japão! Eu e meu irmão nos aventuramos. Pegamos o mapa do metrô que parecia um labirinto. Se aqui temos linha amarela e vermelha, por lá os japoneses podem contar com linhas rosas, verdes, roxas, amarelas, azuis, vermelhas, pretas, entre outras. Achávamos nunca conseguir chegar onde queríamos.



Não contávamos com a educação dos japoneses. O agito de Tokyo era gigantesco. Nunca havia visto tanta gente por metro quadrado. Cada um vivendo sua vida e indo para seu destino. Era algo de outro mundo. No entanto, era só se mostrar com cara de perdido que alguém de lá oferecia ajuda. Além do que o preto e branco sempre se mostrava presente. Era corinthiano para todos os lados!

Fomos para Shibuya, o bairro dos eletrônicos! Sempre me intriguei com o avanço tecnológico japonês e eu queria ver isso na prática. Quando chegamos, nos deparamos com algo que eu nunca havia visto antes. Era Pikachu para lá, Dragonball Z para cá. Prédios de desenhos animados, pessoas vestidas dos mais diferentes personagens. Me senti dentro de um cartoon! Bonequinhos, videogames, computadores, smartphones, câmeras fotográficas. Era quase possível ver o desenvolvimento tecnológico que avançava a cada segundo naquele lugar.

Conhecemos mais uma série de lugares completamente diferentes antes de irmos para a batalha final.

Quando o dia chegou, sabíamos que iríamos enfrentar uma viagem de doze horas de onibus. Encaramos com Lealdade, Humildade e Procedimento (LHP). Trata-se da sigla da fiel torcida corinthiana.

O que mais me marcou nessa viagem de onibus foi passar pelo Mount Fuji. Uma das maiores montanhas do mundo, coberta de neve, em um local totalmente distante de nosso repertório. Aquele visual me passava serenidade. Fiquei tranquilo pelas próximas horas por conta daquela visão grandiosa, isolada e maravilhosa. Aquilo só podia significar uma coisa: vitória absoluta.

O estádio era brasileiro, ou melhor, corinthiano. As ondas pretas e brancas que enxerguei espalhada pelo Japão estava concentrada no estádio de Yokohama configurando um mar alvinegro.



Foi um jogo muito tenso. A emoção de estar estar no Japão assistindo meu time jogar contra  um time do tamanho que do Chelsea foi inesquecível. O resultado foi 1x0 e fomos campeões mundiais.


Tenho absoluta certeza que foi a experiência estética mais fora de série da minha vida, Além de levarmos o titulo para a casa, tive a oportunidade de vivenciar uma nova cultura e garantir mais repertório.

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