Por Vitória Sudati Mendes - 41414383
Quando questionada sobre uma experiência
estética logo me vem à mente algo visual, mas diferente do óbvio de uma situação
visual em que o sentido mais usado é a visão, a minha experiência estética é a
que eu justamente não podia usar minha visão. Tive que enxergar sem ver. Tive
que ver com o toque e com a audição.
Essa situação ocorreu quando
estava fazendo uma atividade na aula de teatro, onde eu fui vendada e por uns 20
minutos tive uma das experiências mais incríveis da minha vida.
Depois de vendada e girada
para perder a memória visual onde estava, foi guiada por um colega de curso
pela coxia e pelo palco onde tinha vários obstáculos.
A coxia não era um lugar que
eu conhecia, assim tive que confiar na pessoa que me guiava para explorar esse local
desconhecido. Outro momento que a confiança foi um elemento muito importante
foi quando subi uma escada e o meu guia disse para sentar e colocar minhas
pernas para uma área que era um vazio. Como não sabia onde esse vazio ia me
levar fiquei um pouco receosa, mas só após confiar que não ia acontecer nada de
errado, tomei coragem e fiz o que me foi pedido. Em seguida fui pega pelas
pernas que estavam nesse vazio e colocada no cangote de outro colega de curso para
depois ser colocada no chão novamente para continuar essa experiência.
Após essa situação
inusitada percebi que quem é deficiente visual não é que não enxerga. Pelo contrário
eles desenvolvem uma forma única de visão em relação ao mundo que é muito mais
rica de detalhes e percepções que nós que podemos enxergar temos, já que banalizamos
os outros sentidos em prol da visão.
Assim estética não é
necessariamente visual, mas pode ser sensorial, olfativa e auditiva. Estética é
perceber o mundo. E essa experiência com certeza me fez perceber o mundo de
forma diferente do que eu via antes.
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